Está então mais que na altura de ir tratar da comezaina. Um rafeiro escanzelado até parece um bufete digno de um arrumador do Jet Set mas o Grande “Quintas” não possui as forças necessárias para perseguir tamanho festim. Siga para o talho onde a comida não se mexe (diria mesmo que até está quieta). O Grande Quintas prossegue então viagem e depois de uns longos 5 metros de marcha intensa cheia de acessos de pura loucura e monólogos chega ao talho. Sorte… O talho está fechado para a Páscoa só é preciso roubar essa famosa carne que não se mexe. Entra pelas traseiras e prossegue para a sala refrigeradora onde devora e rói uma coxa de borrego congelada até ao osso acompanhado com uma chouriça nacional.
Fantástico!! Bem se costuma dizer que a Páscoa é quando um arrumador quer!
Depois do bucho cheio está na altura de ir ter com o “Mãozinhas” o dealler de serviço. Aí depois de uma árdua negociação o Quintas compra duas belas doses por 75euros e manda-as para as virilhas. Nada de marcas óbvias para não afugentar a clientela.
Já são 13 horas e está na altura certinha para apanhar o pessoal que vai almoçar ao “Papa-Aqui”… É dinheiro certinho para as doses de logo a noite porque hoje é dia de festa. De repente a droga começa a circular e o “Quintas” começa a mandar estacionar pessoas que montam coelhos gigantes e cor-de-rosa estilo Idade Média mas mais optimista. Tudo se passa numa boa enquanto o “Quintas” jubila ao som da banda sonora da Rua Sésamo… Assim se passa uma tarde e chega a altura de pensar no jantar por volta das 19 horas. Agora se calhar vai ser difícil encontrar comida como a do talho. Mas, eis que a sorte volta a tocar o nosso caro amigo e mais uma vez ao deambular por um beco sem saída lhe aparece o rafeiro do jantar a dormir. O “Quintas” que cresceu a ver o “Macgyver” através das montras das lojas de electrodomésticos anda sempre com a sua fiel “borboleta” (não aquela faca que dá umas voltas esquisitas e tão depressa ta fechada como logo a seguir está a cortar dedos fora mas uma borboleta a sério). Tira-a do bolso dá a ordem de morte do cão e… Zás! Num ápice a borboleta mata, esfola, desossa, e ainda faz um refogado com o rafeiro. O “Quintas” delicia-se e partilha a sua refeição com o seu fiel companheiro “borboleta” (ah pois, é um macho).
“Quintas” está pronto para ir comprar as suas doses para a noite quando ao dobrar da esquina aparece o “Sextas”… “Sextas” era um indígena de uma ilha que veio parar a Europa, através dum náufrago que uma vez lá foi parar. Um tal de Robison Crusoe. Este assim que se apanhou de volta à civilização decidiu negar qualquer tipo de envolvimento físico e relação amorosa com o então chamado na altura “Sexta-feira”. Com o coração partido decidiu emigrar para Portugal, e procurar novo amor. Depois de várias desilusões amorosas, incluindo o próprio Duque de Bragança, a sua mulher Duquesa de Bragança, e os seus filhos Duquesinhos de Bragança, decidiu que queria ficar sozinho e mudando o seu nome para “Sextas” veio para o Porto e tornar-se arrumador de carreira.
Sem comentários:
Enviar um comentário